Miss BrasilO universo (quase) a seus pésNo cenário onde o Brasil sagrou-se tricampeão mundial de futebol, a mineira Natália Guimarães chegou em segundo lugar na corrida da mais bonita do mundo. E daí?

Brasileiro não gosta de ser vice. Prata é um metal que pode até ficar bom em anéis, brincos e colares, mas em medalha... No entanto, nos concursos de beleza, as polegadas a mais ou a menos - justificativa geral e oficialmente usada, mas nem sempre creditada -, que acabam derrubando nossas beldades do primeiro posto, não costumam abalar o orgulho nacional de ostentar o melhor e mais belo
time de mulheres do mundo. Por mais que os juízes insistam em não enxergar, as brasileiras são mesmo as mais lindas. Que o diga a belíssima mineira estudante de arquitetura Natália Guimarães, 22 anos, 1,75 metro de altura, 90 cm de busto, 60 cm de cintura e 93 cm de quadril. A nossa Miss Brasil acabou o concurso de Miss Universo, realizado na segunda-feira (28/05/2007), na Cidade do México, em segundo lugar, perdendo a coroa para uma esquálida japonesa: Riyo Mori, 20 anos. A brasileira era a favorita até entre as outras 76 candidatas, e seu segundo lugar foi surpresa geral. A Miss Universo 2006, a porto-riquenha Zuleyka Rivera, 19, ficou tão nervosa que deixou a coroa cair ao passar o título para a japonesa. "Não sei se foi por querer, mas a Zuleyka estava torcendo por mim. No dia seguinte, encontrou com minha mãe e disse que não se conformava. Não fiquei triste com o segundo lugar. Pedi a Deus que fizesse a vontade Dele. De uma certa forma, fiquei aliviada por voltar para casa", disse, conformada, Natália, na suíte real do Hotel Gran Meliá Mofarrej, em São Paulo, na sexta (1/06/2007), um dia após chegar do México. Ela conta que ficou amiga das misses China, Líbano, Singapura e Angola. "Todas me chamaram para visitar seus países." Para se comunicar, nossa miss usou o inglês fluente, já que, há dois anos, morou por 10 meses nos Estados Unidos, onde estudou o idioma e trabalhou como modelo para a agência Ford. Natália também fala espanhol.
Como na CopaNão foi por falta de torcida que Natália perdeu o cetro mundial. "Tinha umas 30 pessoas comigo. A torcida mexicana também me apoiou. Foi como em Copa do Mundo. Ninguém acreditou quando perdi", disse a miss Brasil, que ganhou 3 mil dólares, 1 troféu e um relógio pelo segundo lugar. "A Natália merecia ganhar, porque é mais bonita e tem postura. Mas como aconteceu no meu caso, nem sempre se faz justiça", comentou a baiana Martha Rocha, 72, que também ficou em segundo lugar no concurso de 1954, por causa de duas polegadas a mais.
PoliticagemFãs de Natália criaram comunidades na rede de relacionamentos Orkut questionando o resultado. Alguns falam até em conspiração oriental, já que o próprio Donald Trump, 60, dono do evento, afirmou o interesse do Japão em sediar a festa em 2008. Como boa mineira, Natália é política e prefere não colocar lenha na fogueira. "Não posso dizer que sou mais bonita que a japonesa, são belezas diferentes. É uma questão de gosto. Mas acho que o júri poderia ter representantes de cada continente." Neste ano, dos seis jurados, três eram orientais.
Boa moçaApesar da cara de menina, e de levemente recatada, a Miss Brasil convoca o jeito brejeiro e articulado quando começa a falar. "Não sou tímida, sou reservada." De
boba e ingênua, ela não tem nada. O que não a impede de ser uma típica boa moça mineira. Filha única, Natália foi criada com rédeas curtas pela mãe, a empresária e estudante de psicologia Eliane Terezinha Ferreira Moreira, 47, com quem mora num apartamento no tradicional bairro de Santo Antônio, em Belo Horizonte. O pai da vice-miss Universo é o advogado e empresário Gilberto Antônio Guimarães, 48, que se separou de sua mãe em 1997. Há cinco anos, ele mora em Linden, próxima a Nova York. Com as duas também mora, há 12 anos, a empregada Maria da Conceição Lacerda, 40, que Natália considera seu anjo da guarda. Foi ela quem acabou sendo a "madrinha" da miss na profissão de modelo. "Tinha dentista e não queria ir. Mas Maria insistiu, e foi no elevador do consultório que o olheiro de uma agência de modelos me viu", lembra Natália, que começou a carreira com 15 anos.
Futebol e religiãoAlém de estudar arquitetura na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais - ela trancou o curso no sexto semestre por causa dos concursos de Miss Brasil e Miss Universo, mas pretende concluí-lo -, Natália divide seus dias freqüentando restaurantes japoneses (que ironia!) da badalada região da Savassi, em BH, e indo ao Mineirão torcer para o seu time, o Clube Atlético Mineiro - ou Galo, para os íntimos. "Quando vou ao estádio,
fico na torcida da Galoucura", conta, animada. A moça também não abre mão da religião e traz no pescoço uma medalhinha de Nossa Senhora Aparecida. "Sou devota por influência da minha mãe. Quando ela estava grávida, sonhou com a santa e me consagrou a ela", explica Natália.
ComprometidaAos marmanjos de plantão, Natália decepciona no quesito comprometimento. "Namoro há quatro anos, e estou muito feliz", conta, falando do administrador mineiro Christian Wagner, 23, seu namorado desde os tempos do colégio.

Fonte:
www.contigo.com.br